TRANSTORNOS MENTAIS GRAVES

UMA LUTA DE RESISTÊNCIAS DENTRO DA REALIDADE DOS CAPS

Resumo

Este artigo tem como tema a atuação dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) diante dos transtornos mentais graves, à luz de uma abordagem crítica e psicanalítica. Partindo da perspectiva histórica da loucura como construção social, problematiza-se a permanência de práticas manicomiais em novas roupagens institucionais. O objetivo geral da pesquisa é analisar a atuação dos CAPS frente aos transtornos mentais graves, sob uma perspectiva crítica e psicanalítica, de forma a compreender como esses pontos de atenção psicossocial respondem às demandas de sujeitos em intenso sofrimento psíquico, questionando se tais práticas rompem, de fato, com a lógica excludente do manicômio. Como metodologia, adota-se a revisão bibliográfica, fundamentada nos aportes de Michel Foucault, Sigmund Freud, Jacques Lacan e outros pensadores da Reforma Psiquiátrica e da Psicanálise, a fim de mapear os dispositivos de controle e cuidado que historicamente marcaram o tratamento da loucura. Espera-se como resultado provocar deslocamentos conceituais sobre a compreensão dos transtornos mentais, contribuindo para a crítica da patologização excessiva e para a valorização de práticas terapêuticas singulares, sustentadas na dignidade humana e no direito universal à saúde mental.